oi , vamos falar sobre as nossas aulas de lingua portuguesa (:

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A ilha desconhecida ;

      O resumo do conto  a ilha desconhecida ;

Homem foi bater à porta do Rei e disse-lhe: “Dá-me um barco”. A casa do rei tinha muitas portas, mas aquela era a das petições. Como o rei passava todo o tempo sentado à Porta dos Obséquios (entenda-se, os obséquios que faziam a ele), cada vez que ouvia alguém chamando à Porta das Petições fingia-se desentendido. Como o homem não parava de bater e começava a chamar a atenção da vizinhança, o rei mandou seu primeiro-ajudante resolver o problema. Este mandou o segundo-ajudante e assim foi até chegar à mulher da limpeza . Ela, como não tinha ninguém a quem mandar, abriu uma fresta da porta e perguntou o que o homem queria. O homem disse que só falaria com o rei em pessoa e deitou-se em frente à porta, impedindo a passagem de outros súditos que queriam fazer pedidos. Sabendo da teimosia do homem,  o rei mandou abrir a porta. “Dá-me um barco.”, disse o homem simplesmente, “Para ir à procura da ilha desconhecida”. Como já não existem mais ilhas desconhecidas no mundo, o rei julgou que estivesse diante de um louco, desses que têm mania de navegações. Mas o homem insistiu. Disse que as ilhas que estão no mapa são as já conhecidas. Quanto à “ilha desconhecida”, essa não poderia estar em mapa nenhum. Persuasivo, o homem disse que não queria dinheiro nem tripulação. Apenas um barco. E afirmou também que, quando descobrisse a ilha, ela seria só dele. Ao rei, só interessavam as ilhas conhecidas. O rei ficou bravo com o homem e chamou a guarda. Mas a multidão, lá fora, começou a gritar, exigindo que o homem ganhasse o seu barco. O rei cedeu e concordou com o pedido. Enquanto o homem seguia para o porto para tomar posse do seu barco, a mulher da limpeza saiu do palácio por uma porta raramente usada: a Porta das Decisões. Apresentou-se ao homem e disse que seria a encarregada da limpeza no barco. Queria ir com ele atrás da ilha desconhecida. Ao chegar ao porto, o homem encontrou o capitão dos portos. Este também tentou demovê-lo de seu intento, afirmando, como o rei, que já não haviam ilhas desconhecidas. Depois, diante da teimosia do homem, entregou-lhe o barco, como exigia o rei. Era uma bela e frágil caravela. Enquanto o homem saiu caminhando para recrutar a tripulação,  mulher da limpeza ficou no barco, varrendo e limpando. As gaivotas tentaram atacá-la e expulsá-la, mas ela girou a vassoura no ar e as expulsou. Quando o homem voltou, trazia um embrulho de comida na mão, mas estava sozinho e cabisbaixo. Nenhum marinheiro quis acompanhá-los naquela loucura. Também eles estavam certos de que já não haviam mais ilhas desconhecidas. Por que largariam o sossego dos seus lares e a boa vida dos barcos de carreira para se meterem em aventuras oceânicas, à procura do impossível? a mulher da limpeza não se deixou abater. Como não tinham tripulação, propôs o seguinte: eles podiam morar ali no barco. Ela ganharia dinheiro fazendo faxina em outras embarcações. Segundo o filósofo do rei, que às vezes conversava com ela, todo homem é uma ilha. Mas o homem  achava que era necessário sair da ilha para ver a verdadeira ilha, que não nos vemos se não saímos de nós. O homem e a mulher deram uma volta para conhecer o barco. Acharam a caravela transformada bonita, mas o homem percebeu, que sem tripulantes, não conseguiria manobrá-la. Teria que devolvê-la ao rei. A mulher discordou. Não achou certo que ele perdesse o ânimo à primeira contrariedade. Estava convencida de que poderiam se arranjar só os dois. Os dois comeram e tomaram vinho sob a luz da lua e o homem percebeu o quanto aquela mulher era bonita. Depois foram dormir cada um numa ponta do barco. Ele sonhou durante toda a noite. Sonhou que a sua caravela ia pelo mar alto, com as três velas triangulares enfunadas, abrindo caminho sobre as ondas, enquanto ele manejava a roda do leme e a tripulação descansava à sombra. Do porão do barco, começaram a vir sons de animais de todos os tipos. Depois choveu e, no convés, brotaram plantas de todas as qualidades. O homem, ali do leme, perguntou aosmarinheiros se eles já avistavam alguma ilha desabitada, mas eles responderam que não. Que a ilha desconhecida não existia e que queriam ficar no próximo porto. Foi exatamente o que aconteceu: assim que o barco aportou, todos se foram, levando todos os animais. Por causa do atropelo da saída haviam-se rompido e derramado vários sacos de terra, de modo que a coberta era toda como um campo lavrado e semeado. Logo uma floresta navegava e balançava sobre as ondas, uma floresta onde começavam a cantar os pássaros. Então o homem trancou a roda do leme e desceu ao campo com a foice na mão, e foi quando tinha cortado as primeiras espigas que viu uma sombra ao lado da sua sombra. Acordou abraçado à mulher da limpeza, e ela a ele, confundidos os corpos, confundidos os beliches, que não se sabe se este é o de bombordo ou o de estibordo. Depois, mal o sol acabou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à caravela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.


O tesouro ;

                          sobre o conto ;

O Tesouro é um conto de Eça de Queirós reunidos em Contos, publicado em 1902.
Nele, o autor reflete sobre a natureza humana e a sua relação com a riqueza material.
Os protagonistas são três irmãos (os irmãos de Medranhos): Guanes, Rui e Rostabal. As personagens começam por ser apresentadas colectivamente, mas, à medida que a acção progride, a sua caracterização vai-se individualizando, como que sublinhando o predomínio do egoísmo individual sobre a aparente fraternidade.
                   
                  Resumo do conto o tesouro ;


O conto baseia-se na vida de três irmãos de Medranhos (Rui, Guanes e Rostabal) que vivem no Reino das Asturias talvez os mais famintos e miseráveis fidalgos do reino. Passavam os dias no Paço de Medranhos junto à lareira, que há muito que não se acendia. Devoram, à noite, pedaços de pão esfregados em alho, indo depois deitar-se no estábulo para aproveitar o calor das suas três éguas. Certo dia, quando passeavam na mata de Roquelanes, acharam numa cova de rocha um velho cofre de ferro com uma inscrição árabe este tinha três chaves e as suas respectivas três fechaduras. Obcecados por retornarem às suas vidas de bem-estar, luxo e ostentação, o que faz com que fiquem enfurecidos e a duvidar dos seus próprios irmãos. Com isso Rui decide que o tesouro será repartido irmãmente, com iguais quantidades por todos. Assim decidem que Guanes irá a vila mais próxima (Retortilho) e trará comida e alforges para carregar o tesouro,enquanto Guarnes foi à vila ia cantado " Olé! Olé! sale la cruz de la iglesia, Vestida de negro luto..." enquanto isso Rui tenta persuadir/manipular o seu irmão Rostabal a matar Guanes , porque este fazia troça dele e iria gastar o dinheiro mal gasto, e assim teriam que dividir o tesouro só por dois, assim se passou, Guanes é morto e à primeira oportunidade Rui mata Rostabal, ficando assim o Tesouro só para ele. Enquanto Rui "saboreava" está vitória sobre os seua irmãos e imaginando como seria ser o novo Senhor de Medranhos (intitulando-se D.Rui), repara que o seu irmão só trouxera duas garrafas de vinho para três irmãos, mas levado pela sofreguidão não se importa. Começa a beber o vinho e a comer o Capão que o irmão trouxera, quando carregava o ouro do tesouro para os alforges começa a sentir um mau estar, como se uma chama se acendesse dentro dele e quanto mais ele a tentava apagar mais a sentia, Rui tenta pedir ajuda aos seus irmãos mortos, e tenta sugar a frescura da água mas está revelasse como metal derretido, queimando-o. Assim todos os irmãos morrem e o tesouro continua na mata de Roquelanes.




Transformação passiva-activa ;

                          

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

o verbo ;

                                              O verbo ;
Verbo é o nome dado à classe gramatical que designa uma ocorrência ou situação. É uma das duas classes gramaticais nucleares do idioma, sendo a outra o substantivo. É o verbo que determina o tipo do predicado.

Classificação

Os verbos admitem vários tipos de classificação, que englobam aspectos tanto semânticos quanto morfológicos.
Podem ser divididos da seguinte forma:

Quanto à semântica

Verbos transitivos

Designam ações voluntárias, causadas por um ou mais indivíduos, e que afetam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa, exigindo um ou mais objetos na ação. Podem ser transitivos diretos se precedem diretamente o objeto, ou indiretos, se exigem uma preposição antes do objeto.
Exemplos
  • dar
  • fazer
  • vender
  • escrever
  • amar
  • etc

Verbos intransitivos

Designam ações voluntárias, causadas por um ou mais indivíduos, mas que não afetam outros indivíduos.
Exemplos
  • andar
  • existir
  • nadar
  • voar
  • etc

Verbos de ligação

São os verbos que, em vez de ações, designam situações. Servem para ligar o sujeito ao predicativo.
Exemplos
  • ser
  • estar
  • parecer
  • permanecer
  • continuar
  • andar
  • tornar-se
  • ficar
  • viver
  • virar
  • etc

Verbos impessoais

São verbos que designam ações involuntárias. Geralmente, mas nem sempre, designam fenômenos meteorológicos e, portanto, não têm sujeito nem objeto na oração.
Exemplos
  • chover
  • anoitecer
  • nevar
  • haver (no sentido de existência)
  • etc.

Quanto à conjugação

Verbos da primeira conjugação

São os verbos cuja vogal temática é a:
  • molhar
  • cortar
  • relatar
  • etc

Verbos da segunda conjugação

São os verbos cuja vogal temática é e:
  • receber
  • conter
  • poder
  • etc
O verbo anômalo pôr (único com o tema em o), com seus compostos, também é considerado da segunda conjugação devido à sua forma antiga (poer).

Verbos da terceira conjugação

São os verbos cuja vogal temática é i:
  • sorrir
  • fugir
  • iludir
  • cair
  • colorir
  • etc

Quanto à morfologia

Verbos regulares

Flexionam sempre de acordo com os paradigmas da conjugação a que pertencem.
Exemplos
  • amar
  • vender
  • partir
  • etc

Verbos irregulares

Sofrem algumas modificações em relação aos paradigmas da conjugação a que pertencem.
Exemplos
  • resfolegar
  • caber
  • medir ("eu resfolgo", "eu caibo", "eu meço", e não "eu resfolego", "eu cabo", "eu medo").

Verbos anômalos

São verbos que não seguem os paradigmas da conjugação a que pertence, sendo que muitas vezes o radical é diferente em cada conjugação.
Exemplos
ir, ser, ter ("eu vou", "ele foi"; "eu sou", "tu és", "ele tinha", "eu tivesse", e não "eu io", "ele iu", "eu sejo", "tu sês", "ele tia", "eu tesse"). O verbo "pôr" pertence à segunda conjugação e é anômalo a começar do próprio infinitivo).

Verbos defectivos

São verbos que não têm uma ou mais formas conjugadas.
Exemplos
  • reaver
  • precaver - não existem as formas "reavejo"
  • "precavenha"
  • etc.

Verbos abundantes

São verbos que apresentam mais de uma forma de conjugação.
Exemplos
  • encher - enchido, cheio
  • fixar - fixado, fixo.

Flexão

Os verbos têm as seguintes categorias de flexão:

Número

Singular e plural.

Pessoa

Primeira (transmissor), segunda (receptor), terceira (mensagem).

Modo

Indicativo, conjuntivo ou subjuntivo, imperativo, alem das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio).

Tempo

Presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.

O pronome ;

Pronome

Palavra pertencente a uma classe fechada de palavras que, em alguns casos, permite variação em género e número, noutros em pessoa, género e número e noutros permite mesmo variação em Caso. Ao contrário do que acontece com o determinante, o pronome não pode preceder um nome (a menos que sejam separados por uma pausa) e que é distribucionalmente equivalente a um grupo nominal.

(i) ele - Ele vai a casa.

(ii) este - Este é o melhor.

(iii) meu - O meu é o melhor.


Impossibilidade de co-ocorrência de nomes e pronomes:

(iv) *Ele Miguel é bonito.

(v) O meu carro é o melhor. (neste caso, a co-ocorrência só é possível porque "meu" é um determinante e não um pronome)


Pronome demonstrativo

Pronome que não pode ser precedido de nenhum tipo de determinante, invariável, e que tem um valor deíctico, na medida em que estabelece a sua referência através de um mecanismo de localização que toma como ponto de referência as pessoas da enunciação ((i), (ii)).
Determinante demonstrativo usado como pronome (iii).

Pronomes demonstrativos:
a) Formas tónicas
- isto
- isso
- aquilo
b) Forma átona
- o (ocorre sempre adjacente ao verbo, à sua esquerda ou à sua direita)

(i) [Isto] incomoda-me.
(ii) Ele disse-[o] (= ele disse isso / ele disse que ...)
(ii) Este rapaz é um palerma e [aquele] também..

Ver "determinante demonstrativo".


Pronome indefinido

Palavra pertencente à classe dos pronomes, invariável, com valor referencial não definido e não específico (i).
Quantificador usado como pronome, como em (ii).

i) [Alguém] bateu à porta.
   Ele comeu [tudo].
   [Ninguém] lhe telefonou.
(ii) [Todos] vieram à festa.
    Tu compraste muitos livros mas eu só comprei [alguns].

Alguns dos pronomes indefinidos são intrinsecamente negativos, pelo que não podem co-ocorrer com a negação frásica (i), se ocuparem a posição pré-verbal de sujeito, e co-ocorrem obrigatoriamente com negação frásica, quando em posição pós-verbal (ii).

(i) Ninguém entra
    *Ninguém não entra
(ii) Não entra ninguém.
    *Entra ninguém.


Pronome interrogativo

Pronome que identifica o constituinte interrogado em interrogativas parciais ((i), (ii)).
Quantificadores interrogativos usados como pronomes (iii).

São pronomes interrogativos:

- o_que, o_quê
- quem
- que
- porque, porquê
- como
- onde

(i) Quem encontraste?
(ii) Fizeste o quê?
(iii) Quantas encontraste?


Pronome pessoal

Pronome que não pode ser precedido de nenhum tipo de determinante, que admite variação em Caso, além de variação em pessoa, género e número, e que se refere aos participantes do discurso.
O pronome pessoal tem formas tónicas e formas átonas. São formas átonas as formas do pronome pessoal que ocorrem sistematicamente adjacentes ao verbo (à esquerda do verbo ou à direita, neste caso, separadas por hífen, ou ainda no interior das formas de futuro e futuro do pretérito); são formas tónicas as restantes formas.
Contam-se ainda entre os pronomes pessoais os pronomes pessoais reflexos, recíprocos, "se" impessoal, "se" passivo e "se" inerente.

Pronomes pessoais tónicos:
  
eu, tu, você, ele / ela, nós, vós, vocês, eles / elas; mim, ti, si.

Pronomes pessoais átonos:

me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes, se.

1. São formas de contracção do pronome pessoal tónico com a preposição "com" as seguintes formas:
comigo, contigo, connosco, convosco, consigo.

2. São formas de contracção de dois pronomes pessoais as formas "mo(s)"/"ma(s)" (contracção de "me" e "o(s)"/"a(s)"), "to(s)"/"ta(s)" (contracção de "te" e  "o(s)"/"a(s)"), "lho(s)"/"lha(s)" (contracção de "lhe" e "o(s)"/"a(s)").

Pronome pessoal recíproco
Pronome pessoal nos Casos acusativo, dativo ou oblíquo que indica pelo menos duas entidades distintas referidas pelo grupo nominal com a função de sujeito (i) e que estão envolvidas numa situação simultaneamente como agentes e como pacientes.

Pronomes pessoais recíprocos:
nos, vos, se

(i) Eles magoaram-se (uns ao outros).
    O João e a Maria enganaram-se (um ao outro).

1. Os pronomes pessoais recíprocos só ocorrem em frases com sujeito plurais ou com sujeitos constituídos por dois grupos nominais coordenados.

Note-se que as formas do pronome pessoal recíproco são idênticas a formas do pronome pessoal reflexo, pelo que algumas frases podem ser ambíguas entre a leitura reflexa ou recíproca (ii). No entanto, se juntarmos a expressão "um ao outro", "uns aos outros" ou "entre si" à frase (ii) , a leitura passa a ser obrigatoriamente recíproca.

(1) Eles feriram-se.

(2) Eles feriram-se um ao outro.

Pronome pessoal reflexo
Pronome pessoal nos Casos acusativo, dativo ou oblíquo que indica que uma única entidade é simultaneamente agente e paciente da acção expressa pelo verbo.

Os pronomes pessoais reflexos são:

se, si (que pode ocorrer na contracção "consigo"), me, te, nos, vos.

(i) Eu lavei-[me] com gel de banho. (acusativo)

(ii) Oferecemo-[nos] uma viagem ao Quénia. (dativo)

(iii) Eles só falam de si (próprios / mesmos).

Note-se que as formas do pronome pessoal recíproco são idênticas a formas do pronome pessoal reflexo, pelo que algumas frases, como a que se encontra em (iv), podem ser ambíguas entre a leitura reflexa ou recíproca. No entanto, se juntarmos a expressão "a mim / ti / si próprio / mesmo" ou "a nós / vós /eles próprios / mesmos" à frase (v) , a leitura passa a ser obrigatoriamente reflexa.

(iv) Eles feriram-se.

(v) Eles feriram-se a si próprios.

“se” impessoal
Pronome pessoal que é uma das formas de expressão de um sujeito nulo indeterminado, que é parafraseável por HÁ PESSOAS QUE ou HÁ QUEM.

(i) Diz-[se] que o João vendeu a casa. (= Há quem diga que o João vendeu a casa)

(ii) Vende-[se] maçãs. (= Há quem venda maçãs / Há pessoas que vendem maçãs)

Note-se que, em construções com "se" impessoal, o verbo se encontra invariavelmente na terceira pessoa do singular.  Assim, numa frase como (ii), o grupo nominal [maçãs] não é o sujeito mas o complemento do verbo.

Ver "se passivo" e "se inerente".

“se” passivo
Pronome pessoal que permite formar uma frase passiva sem utilizar um verbo auxiliar, pelo que as frases com "se" passivo são sempre parafraseáveis por uma frase com o auxiliar da passiva.

(i) Vendem-se maçãs. (= Maçãs são vendidas)

(ii) Ouvem-se ainda vozes na sala. (= São ainda ouvidas vozes na sala)

1. Numa frase como (i),  o grupo nominal [maçãs] é de facto o sujeito do verbo "vender" visto haver  concordância entre esse grupo nominal e o verbo.

2. Quando o núcleo do grupo nominal é singular, exite muitas vezes ambiguidade entre uma interpretação de "se" passivo e uma interpretação de "se" impessoal (cf. (iii) e as possibilidades de paráfrase apresentadas em (iv) e (v)):

(iii) Vendeu-se [muita cerveja] no sábado.

(iv) Foi vendida muita cerveja no sábado. ("se" passivo)

(v) Houve pessoas que venderam muita cerveja no sábado. ("se" impessoal)

“se” inerente
Pronome pessoal sem valor reflexo, recíproco, impessoal ou passivo e sem função sintáctica na frase a que pertence, que pode ser considerado parte integrante dos verbos.
Há verbos que exigem sempre a presença de "se" inerente (i) e verbos que a admitem, mas não exigem (ii). Há igualmente verbos que, quando usados intransitivamente, exigem (iii) ou admitem (ii) "se" inerente.
Formas do pronome inerente:
me, te, se, nos, vos.

(i) Eles atreveram-se a mentir?

(ii) Ele riu(-se) da Margarida.

(iii) O barco afundou-se por causa do temporal.

(iv) O gelado derreteu(-se) com o calor.

1. Note-se que não é possível fazer seguir a um pronome pessoal inerente expressões como "a si próprio" ou "um ao outro", o que mostra que se trata de um forma diferente dos pronomes reflexos e dos pronomes recíprocos:

(v) *Eles atreveram-se {um ao outro / a si mesmos} a mentir?

2. As  frases com "se" inerente também não podem receber as paráfrases típicas de frases com "se" passivo# ou com "se" impessoal#(compare-se (iii) com (vi) e (vii):

(vi) =/= O barco foi afundado por causa do temporal.

(vii) =/= Há gente que afundou o barco por causa do temporal.


Pronome possessivo

Pronome que admite variação em pessoa, género e número e que tem um valor deíctico, na medida em que estabelece a sua referência através de um mecanismo de localização que toma como ponto de referência os participantes do discurso tomados como possuidores (ii).
Os pronomes possessivos são geralmente precedidos de artigo definido (i).

Pronomes possessivos:

Um possuidor:
- meu, minha, meus, minhas
- teu, tua, teus, tuas
- seu, sua, sues, suas

Vários possuidores:
- nosso, nossa, nossos, nossas
- vosso, vossa, vossos, vossas
- seu, sua, seus, suas

(i) Os meus filhos estão óptimos, e os teus?

(ii) Encontrei muitas fotografias da Ana no sótão; tuas, não encontrei.


Pronome relativo

Pronome que é o elemento mais à esquerda em frases subordinadas adjectivas relativas com antecedente (i) ou em frases subordinadas substantivas relativas sem antecedente (ii).

São pronomes relativos:

Variáveis:
- o qual, os quais, a qual, as quais
- quanto, quantos, quantas

Invariáveis:
- que
- quem
- onde

(i) Encontrei o livro [de que me falaste].

(ii) Conheço [quem te pode ajudar].

1. Note-se que o pronome relativo tem uma função dupla na frase adjectiva ou substantiva em que ocorre, na medida em que:
(i) sendo um pronome, é núcleo de um grupo nominal com uma dada função sintáctica;
(ii) serve de conector ou elemento de ligação entre a frase subordinada e a subordinante.

2. Como o exemplo (i) mostra, quando o pronome relativo faz parte de um grupo preposicional, todo o grupo preposicional  ocorre em posição inicial da frase relativa.

Ver "quantificador relativo".

O determinante ;

Determinante

Palavra pertencente a uma classe fechada, que especifica um nome, precedendo-o, e que contribui para a construção do seu valor referencial, com informações sobre propriedades sintácticas e semânticas dos objectos ou entidades designados.
Os determinantes têm um comportamento sintáctico distinto dos quantificadores e classificam-se em duas subclasses: a dos artigos (i) e a dos determinantes demonstrativos (ii) e possessivos (iii).

(i)
(a) São artigos definidos:

o / os
a /as

(b) São artigos indefinidos:

um / uns
uma / umas

(ii) São determinantes demonstrativos:

este / estes / esta / estas
esse / esses / essa / essas
aquele / aqueles / aquela / aquelas

(iii) São determinantes possessivos:

Um possuidor:
meu, minha, meus, minhas
teu, tua, teus, tuas
seu, sua, seus, suas

Vários possuidores:
nosso, nossa, nossos, nossas
vosso, vossa, vossos, vossas
seu, sua, seus, suas



Artigos

Palavra pertencente a uma subclasse dos determinantes e que tem duas subclasses: a dos artigos definidos (i) e a dos artigos indefinidos (ii).
Os artigos têm uma distribuição diferente dos determinantes, sendo que o artigo precede sempre o determinante possessivo (iii) e não pode co-ocorrer com o determinante demonstrativo (iv).

(i)
  (a) São artigos definidos:

o / os
a /as

(ii)
  (b) São artigos indefinidos:

um / uns
uma / umas

 Exemplos:
(iii)
  (a) O meu aluno / *Meu o aluno chega sempre atrasado.
  (b) Um aluno meu / *Meu aluno um chegou atrasado.
(iv) * O este / *este o meu
 

Artigo definido vs indefinido

Os artigos definidos e os indefinidos ocorrem indistintamente nos grupos nominais com a função de sujeito ou de complemento directo, conforme (i) e (ii).
O artigo definido exprime um valor de referência definida e, por essa razão, alguns nomes próprios, que exprimem referentes únicos, não admitem a presença de artigo definido (iii). Pelo contrário, o artigo indefinido exprime um valor de referência indefinida, pelo que a sua co-ocorrência com nomes próprios está em geral excluída (iv).

 Exemplos:
(i) O rapaz comeu o bolo.
(ii) Um rapaz comeu um bolo.
(iii) Portugal / *O Portugal é um país europeu.
(iv) *Um Afonso é o meu filho.



Determinante demonstrativo

Determinante que admite variação em género e número e que tem um valor deíctico, na medida em que estabelece a sua referência através de um mecanismo de localização que toma como ponto de referência as pessoas da enunciação (i).
Ao contrário dos pronomes demonstrativos, os determinantes demonstrativos co-ocorrem com nomes, em posição pré-nominal, especificando-os (ii).
O determinante demonstrativo não pode co-ocorrer com o artigo, conforme (iii), e, em caso de co-ocorrência com o determinante possessivo, precede-o obrigatoriamente (iv).
Os determinantes demonstrativos podem ser precedidos de certos quantificadores (v).

(i) São determinantes demonstrativos:

este / estes / esta / estas
esse / esses / essa / essas
aquele / aqueles / aquela / aquelas

 Exemplos:
(ii)
 (a) Este carro é o melhor. ("este" é um determinante)
 (b) Este é o melhor. ("este" é um pronome)
(iii) * O este / *Este o aluno chega sempre atrasado.
(iv) Este meu / *Meu [este] aluno chega sempre atrasado.
(v) Todos estes alunos chegaram atrasados.

Os determinantes demonstrativos também são denominados "adjectivos demonstrativos".



Determinante nulo

Determinante sem realização lexical que ocorre em grupos nominais e cujo núcleo é um nome comum não contável no singular, como em (i), ou um nome comum contável no plural, como em (ii).
A aceitabilidade de (iii) deve-se a uma leitura do nome como "parte qualitativa de areia" (ver "nome não contável").

 Exemplos:
(i)
 (a) Quero [-] areia para construir a minha casa.
 (b) *Quero [a] areia para construir a minha casa.
(ii) Quero [-] flores bonitas. =/= Quero as flores bonitas.
(iii) Quero [essa] areia para construir a minha casa. (=quero essa parte da areia para construir a minha casa.).



Determinante possessivo

Determinante que admite variação em pessoa, género e número e que tem um valor deíctico, na medida em que estabelece a sua referência através de um mecanismo de localização que toma como ponto de referência os participantes do discurso tomados como possuidores (i).
Ao contrário dos pronomes possessivos, os determinantes possessivos co-ocorrem com nomes, em posição pré-nominal, especificando-os (ii).
O determinante possessivo é obrigatoriamente precedido pelo artigo definido ou pelo demonstrativo (iii), a não ser em contextos em que o grupo nominal tem a função de vocativo (iv) ou de modificador apositivo nominal (v).
Os determinantes possessivos podem ser precedidos de certos quantificadores (vi).

(i) São determinantes possessivos:

Um possuidor:
meu, minha, meus, minhas
teu, tua, teus, tuas
seu, sua, seus, suas

Vários possuidores:
nosso, nossa, nossos, nossas
vosso, vossa, vossos, vossas
seu, sua, seus, suas

 Exemplos:
(ii)
  (a) O meu carro é o melhor. ("meu" é um determinante)
  (b) O meu é o melhor. ("meu" é um pronome)
(iii)
  (a) {Este / O} [meu] aluno chega sempre atrasado.
  (b) *[Meu] {este / O} aluno chega sempre atrasado.
(iv) Meu filho, vem comer a sopa.
(v) ...a D. Afonso Henriques, D. Sancho I, seu filho primogénito, sucedeu-lhe.
(vi) Todos {estes / os } meus alunos chegaram atrasados.

Os determinantes possessivos também são denominados "adjectivos possessivos".

A narração;

A narração;

A narração está vinculada à nossa vida, pois sempre temos algo a contar.
Narrar é relatar fatos e acontecimentos, reais ou fictícios, vividos por indivíduos, envolvendo ação e movimento.
A narrativa impõe certas normas:
a) o fato: que deve ter seqüência ordenada; a sucessão de tais seqüências recebe o nome de enredo, trama ou ação;b) a personagem;c) o ambiente: o lugar onde ocorreu o fato;d) o momento: o tempo da ação
O relato de um episódio implica interferência dos seguintes elementos:
fato - o quê?personagem - quem?ambiente - onde?momento - quando?
                                                       Os graus dos adjectivos ;






O resumo do conto " a aia " ;

O resumo do conto " a aia "

Um rei moço e valente partira a batalhar por terras distantes, deixando só e triste a rainha e um filho pequeno. O rei perdeu a vida numa das batalhas e foi chorado rainha. Sendo herdeiro natural do trono, o bebé estava sujeito aos ataques de inimigos dos quais e se destacava o seu tio, irmão bastardo do rei morto que vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes. O pequeno príncipe era amamentado por uma aia, mãe de um bebé também pequeno. Alimentava os dois com igual carinho pois um era seu filho e outro viria a ser seu rei. A escrava mostrava uma lealdade sem limites.
Porém, o bastardo desceu da serra com a sua horda e começou uma matança sem tréguas. A defesa estava fragilizada pois a rainha não sabia como fomentá-la, limitando-se a temer e a chorar a sua fraqueza de viúva sobre o berço de seu filho. Uma noite a aia pressentiu uma movimentação estranha, verificando a presença de homens no palácio. Rapidamente se apercebeu do que iria passar-se e trocou, sem hesitar, as crianças dos respectivos berços. Nesse instante, um homem enorme entrou na câmara, arrebatou do berço de marfim o pequeno corpo que ali descansava e partiu furiosamente. A rainha, que entretanto invadira a câmara, parecia louca ao verificar as roupas desmanchadas e o berço vazio. A aia mostrou-lhe, então, o berço de verga e o jovem príncipe que ali dormia.
Entretanto, o capitão dos guardas veio avisar que o bastardo havia sido vencido, mas infelizmente o corpo do príncipe tinha também perecido. A rainha mostrou, então, o bebé e, identificando a sua salvadora, abraçou-a e beijou-a, chamando-lhe irmã do seu coração. Todos a aclamaram, exigindo que fosse recompensada. A rainha levou-a ao tesouro real, para que pudesse escolher a jóia que mais lhe agradasse. A ama, olhando o céu, onde decerto estava o seu menino, pegou num punhal e cravou-o no seu coração, dizendo que agora que tinha salvo o seu príncipe tinha de ir dar de mamar ao seu filho.~