oi , vamos falar sobre as nossas aulas de lingua portuguesa (:

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A ilha desconhecida ;

      O resumo do conto  a ilha desconhecida ;

Homem foi bater à porta do Rei e disse-lhe: “Dá-me um barco”. A casa do rei tinha muitas portas, mas aquela era a das petições. Como o rei passava todo o tempo sentado à Porta dos Obséquios (entenda-se, os obséquios que faziam a ele), cada vez que ouvia alguém chamando à Porta das Petições fingia-se desentendido. Como o homem não parava de bater e começava a chamar a atenção da vizinhança, o rei mandou seu primeiro-ajudante resolver o problema. Este mandou o segundo-ajudante e assim foi até chegar à mulher da limpeza . Ela, como não tinha ninguém a quem mandar, abriu uma fresta da porta e perguntou o que o homem queria. O homem disse que só falaria com o rei em pessoa e deitou-se em frente à porta, impedindo a passagem de outros súditos que queriam fazer pedidos. Sabendo da teimosia do homem,  o rei mandou abrir a porta. “Dá-me um barco.”, disse o homem simplesmente, “Para ir à procura da ilha desconhecida”. Como já não existem mais ilhas desconhecidas no mundo, o rei julgou que estivesse diante de um louco, desses que têm mania de navegações. Mas o homem insistiu. Disse que as ilhas que estão no mapa são as já conhecidas. Quanto à “ilha desconhecida”, essa não poderia estar em mapa nenhum. Persuasivo, o homem disse que não queria dinheiro nem tripulação. Apenas um barco. E afirmou também que, quando descobrisse a ilha, ela seria só dele. Ao rei, só interessavam as ilhas conhecidas. O rei ficou bravo com o homem e chamou a guarda. Mas a multidão, lá fora, começou a gritar, exigindo que o homem ganhasse o seu barco. O rei cedeu e concordou com o pedido. Enquanto o homem seguia para o porto para tomar posse do seu barco, a mulher da limpeza saiu do palácio por uma porta raramente usada: a Porta das Decisões. Apresentou-se ao homem e disse que seria a encarregada da limpeza no barco. Queria ir com ele atrás da ilha desconhecida. Ao chegar ao porto, o homem encontrou o capitão dos portos. Este também tentou demovê-lo de seu intento, afirmando, como o rei, que já não haviam ilhas desconhecidas. Depois, diante da teimosia do homem, entregou-lhe o barco, como exigia o rei. Era uma bela e frágil caravela. Enquanto o homem saiu caminhando para recrutar a tripulação,  mulher da limpeza ficou no barco, varrendo e limpando. As gaivotas tentaram atacá-la e expulsá-la, mas ela girou a vassoura no ar e as expulsou. Quando o homem voltou, trazia um embrulho de comida na mão, mas estava sozinho e cabisbaixo. Nenhum marinheiro quis acompanhá-los naquela loucura. Também eles estavam certos de que já não haviam mais ilhas desconhecidas. Por que largariam o sossego dos seus lares e a boa vida dos barcos de carreira para se meterem em aventuras oceânicas, à procura do impossível? a mulher da limpeza não se deixou abater. Como não tinham tripulação, propôs o seguinte: eles podiam morar ali no barco. Ela ganharia dinheiro fazendo faxina em outras embarcações. Segundo o filósofo do rei, que às vezes conversava com ela, todo homem é uma ilha. Mas o homem  achava que era necessário sair da ilha para ver a verdadeira ilha, que não nos vemos se não saímos de nós. O homem e a mulher deram uma volta para conhecer o barco. Acharam a caravela transformada bonita, mas o homem percebeu, que sem tripulantes, não conseguiria manobrá-la. Teria que devolvê-la ao rei. A mulher discordou. Não achou certo que ele perdesse o ânimo à primeira contrariedade. Estava convencida de que poderiam se arranjar só os dois. Os dois comeram e tomaram vinho sob a luz da lua e o homem percebeu o quanto aquela mulher era bonita. Depois foram dormir cada um numa ponta do barco. Ele sonhou durante toda a noite. Sonhou que a sua caravela ia pelo mar alto, com as três velas triangulares enfunadas, abrindo caminho sobre as ondas, enquanto ele manejava a roda do leme e a tripulação descansava à sombra. Do porão do barco, começaram a vir sons de animais de todos os tipos. Depois choveu e, no convés, brotaram plantas de todas as qualidades. O homem, ali do leme, perguntou aosmarinheiros se eles já avistavam alguma ilha desabitada, mas eles responderam que não. Que a ilha desconhecida não existia e que queriam ficar no próximo porto. Foi exatamente o que aconteceu: assim que o barco aportou, todos se foram, levando todos os animais. Por causa do atropelo da saída haviam-se rompido e derramado vários sacos de terra, de modo que a coberta era toda como um campo lavrado e semeado. Logo uma floresta navegava e balançava sobre as ondas, uma floresta onde começavam a cantar os pássaros. Então o homem trancou a roda do leme e desceu ao campo com a foice na mão, e foi quando tinha cortado as primeiras espigas que viu uma sombra ao lado da sua sombra. Acordou abraçado à mulher da limpeza, e ela a ele, confundidos os corpos, confundidos os beliches, que não se sabe se este é o de bombordo ou o de estibordo. Depois, mal o sol acabou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à caravela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.


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